domingo, agosto 12, 2007

K2 português afastado de Pequim por 18 milésimos de segundo

Quando 0,018 segundos roubam ao K2 masculino o sonho olímpico e 0,062 afastam o K4 feminino da medalha de bronze é caso para atribuir a Portugal a medalha do azar no Campeonato do Mundo, que hoje terminou na Alemanha.

O desempenho em Duisburgo é o melhor de sempre - quatro finais - mas o objectivo do apuramento para Pequim’2008 falhou e assim sobraram as lágrimas na jovem selecção portuguesa de sete elementos, quatro dos quais ainda com idade Sub-23.

Leonel Correia e Pedro Santos precisavam de ficar nos seis primeiros da Final dos 500 metros, mas uma má largada obrigou-os a investir muito esforço na recuperação (passaram em segundo a meio da prova), pagando isso nos metros finais, em que perderam para várias embarcações e, por ínfimos 18 milésimos de segundo, para o Canadá, ficando em sétimo lugar, o primeiro barco de fora.

O K2 luso já tinha ficado bem perto do apuramento ontem nos 1000 metros, mas na final ficou em nono: este desempenho assume importância acrescida pelo facto de Leonel Correia ter estado condicionado durante dois meses, com problemas nos cotovelos, pelo que a dupla ultimou os mundiais em conjunto apenas nas últimas três semanas.

O K4 feminino também ficou, mais uma vez, demasiado perto do sonho: agora foram 0,062 segundos a separar as jovens Helena Rodrigues, Joana Sousa, Teresa Portela e Beatriz Gomes da medalha de Bronze nos 200 metros.

Aquele que foi, incontestavelmente, o melhor desempenho de sempre de uma tripulação feminina portuguesa em mundiais - oitavo lugar nos olímpicos 500 metros e quarto nos 200 -, acabou por saber a muito pouco, já que o apuramento para Pequim'2008 ficou a 1,1 segundos, o correspondente a duas posições.

Para a história fica uma época em grande das canoístas lusas, com três finais nos europeus e ainda duas medalhas de Bronze na Taça do Mundo.

Seja como for, os K2, K4 e o K1 Emanuel Silva têm uma derradeira possibilidade de apuramento, nos Europeus de 2008, em Maio, em Milão (Itália).

O melhor desempenho de sempre de Portugal em mundiais não contou, curiosamente, com o contributo do que é apontado como o expoente máximo da modalidade, Emanuel Silva, estranhamente aquém do seu potencial - os últimos três anos de trabalho visavam precisamente estes mundiais como os do apuramento olímpico.

O finalista em Atenas'2004, bicampeão europeu Sub-23 e sétimo melhor do Mundo em 2006 em K1 1.000 metros, foi apenas 13º nesta distância, tendo sido 20º nos 500 metros, com o segundo lugar conquistado hoje, na Final C.

De toda a jovem selecção, de inegável talento, raça e determinação, espera-se que cumpra o "destino" e apure as três embarcações para os Jogos, pois não restam dúvidas que Portugal tem uma equipa de elite internacional.

Fonte: O Jogo

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